sábado, 16 de julho de 2011

José: Uma cartilha de sobrevivência no deserto.

A história de José pra mim é uma das mais belas do Antigo Testamento, e nos mostra que as adversidades não objetivam necessariamente nos afastar dos propósitos de Deus. Pelo contrário, muitas vezes elas podem contribuir para alcançarmos estes propósitos.
Ao lermos os capítulos 37 a 39 do livro de Genêsis temos a impressão de que José simplesmente estava fadado ao fracasso. Odiado por seus irmãos por ter a predileção do pai Jacó, José desde cedo teve que aprender a lidar com a rejeição dessa parte da família. E esse ódio só aumentou quando José teve sonhos de que reinaria sobre todos eles. O próprio Jacó ficou um tanto cabreiro com essa revelação (37.10). E assim José foi conquistando a cada dia níveis mais altos de impopularidade.
No ápice de toda essa confusão, longe dos olhos do pai os irmãos de José tramaram matá-lo (37. 15-16), sendo rechaçados por Rúben. Então tiveram uma ideia menos sangrenta: atiraram-no num poço e depois resolveram vendê-lo a uma caravana de mercadores ismaelitas. Mais tarde, ele foi "revendido" a Potifar, capitão da guarda e oficial do faraó. Ele conquistou sua confiança e virou o "guardião" de todos os seus bens.
Aqui parecia que as coisas haviam se estabilizado na vida de José, mas seus problemas recomeçaram quando a mulher tarada de Potifar resolveu "tirar uma casquinha" do jovem empregado. Mas observe o que José disse a ela: "Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?" (39.9). Ou seja, nem uma das tentações mais fortes que um homem pode sofrer pôde dissuadir José da consciência de que ele servia ao Deus verdadeiro e devia a sua lealdade a ele. Essa lealdade rendeu a José dois anos de cadeia injustos (veja bem, dois anos e não dois dias). Mas o Senhor o recompensou dando-lhe a interpretação de dois sonhos dos ex copeiro e padeiro do faraó que lhe renderam posto de confiança dentro da cadeia, e mais tarde a interpretação de dois sonhos do próprio faraó que lhe alçariam ao posto de governador do Egito num período importante de preparação e planejamento para os sete anos de fome na terra como previsto por José.
Bem, três lições básicas são retiradas desse precioso texto bíblico:
1. Viva o presente com os olhos no futuro: com os olhos fixos em um objetivo futuro fica mais fácil entender e aceitar as circunstâncias do presente.
2. Tempo é preciso: Deus trabalha com o tempo (Ec 3.1), e eu sei, sempre parece que as coisas não estão acontecendo, que Deus não está vendo as situações pelas quais passamos, mas ele vê e jamais nos desamparará (Hb 13.5,6). Faça como José, tenha paciência e recorra a Deus nos momentos difíceis, pois no tempo dele tudo se resolverá.
3. Quando chegar lá, não esqueça de quem o fez chegar: se José não desfrutasse da intervenção divina em sua vida (41.38-45), não obteria o êxito final de se tornar governador do Egito. E se tivesse esquecido de Deus quando chegou lá certamente seus planos como governador teriam fracassado. Portanto, não adianta ser fiel somente nos momentos de aperto, e isso é o que a cronologia bílica nos diz. Quando chegar lá, mantenha-se fiel a quem o fez chegar e fará jus a tudo o que você passou para conseguir, como José. Até a próxima.

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