quarta-feira, 20 de julho de 2011

Samuel X Hofni e Finéias: Frutos de modelos antagônicos de família

Ao fazer uma leitura dos primeiros capítulos de 1 Samuel para procurar um tema para o texto de hoje me surpreendi: descobri que o enfoque mais adequado para a história do profeta Samuel era o de cunho familiar. Claro que o seu chamado também é interessantíssimo mas, antes que ele viesse a se concretizar no capítulo 3, existiram alguns fatores determinantes que o antecederam e que acredito merecem menção aqui. Então, resolvi fazer um paralelo entre a visão de família adotada por Ana, mãe de Samuel, e Eli, sacerdote de Israel daquele tempo. Vamos a ele?

Ana: modelo de devoção a Deus
A história nos conta que Ana era esposa de Elcana, que além dela também tinha outra esposa, Penina. Penina teve filhos de Elcana. Ana era estéril e a sua rival ainda zombava desse triste fato. Um desses momentos de deboche, quando Elcana subiu à cidade de Siló com suas esposas para sacrificar, despertou em Ana uma amargura profunda e um desejo de clamar ao Senhor por um filho (1.11), pelo qual ela fez um voto de que o daria a Deus por todos os dias da sua vida.
Nessa mesma ocasião Ana foi repreendida pelo sacerdote Eli, que num ato incompreensivo, "deduziu" que ela estava embriagada. Depois de se explicar ela foi abençoada por ele (1.17) e voltou para casa não mais angustiada e triste, mas esperançosa e feliz. E não é que o Senhor lhe deu um filho mesmo? Ela o deu o nome Samuel, que se assemelha à palavra hebraica para "ouvido por Deus". E então Ana esperou ele ser desmamado para que ela e Elcana subissem a Siló para consagrá-lo e entregá-lo a Eli. E então Samuel passou a servir na Casa do Senhor, até que um dia recebeu o seu chamado para profeta, quando Deus lhe revelou algo desolador sobre o futuro da família do seu mentor Eli.

Eli, sacerdote do povo, não do lar:
Lendo a história de Eli tenho a impressão de que ele tentou transmitir o temor de Deus a seus filhos por osmose. Ele deu um exemplo que com certeza não deve seguido. Certamente acreditou na máxima de que "filho de peixe, peixinho é", que nós sabemos que não funciona muito em nosso meio. Descuidou do exemplo, não se preocupou em "ensinar no caminho que deve andar" e resultado: Hofni e Finéias acabaram se tornando fruto do comportamento relapso do pai e passaram a não se importar com as coisas de Deus. Essa situação desencadeou na sentença anunciada pelo Senhor em 2 Sm 2.27-36 e no 3.10-14: ele não teria misericórdia da descendência de Eli e os que sobrassem dentre ela viveriam num sofrimento contínuo. Tudo isso se cumpriu no capítulo 4.12-22: Hofni, Finéias e sua mulher e o próprio Eli morreram no mesmo dia. Era o fim de uma família que contrariava a vontade de Deus nos seus princípios.
Um dia, se Deus quiser, seremos pais e mães. Cabe a nós escolher dentre os dois modelos de família apresentados: o modelo de Ana, que buscou a cura espiritual e o alívio de Deus com todas as suas forças e obteve muito mais do que isso (ela teve além de Samuel três filhos e duas filhas), ou o modelo de Eli, que não teve compromisso com o desenvolvimento espiritual de seus filhos e acabou pagando com as vidas deles e a sua própria por esse desleixo fatal. Que sejamos como Ana, que buscou em Deus o alívio para sua angústia e obteve dele a benção de uma família feliz e que marcou sua geração. Aleluia!

E aí? Vai encarar. Vem aí, em agosto, o Mês da Juventude IBMS 2011, com o tema: Chamados para marcar nossa geração! Você não pode perder!

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